O HÁBITO FAZ O MONGE

E tu aí, já escolheste o que vais vestir?

Não, hoje não venho falar-te sobre roupa. Mas bem que podia ser!

Ah, deves estar a pensar...ela esqueceu-se do NÃO?!

Não esqueci, não. Faz parte do propósito.

Também não estou em modo de linguagem universal. Mas também podia estar.

Sabias que o Universo não reconhece o não, certo?

Quando dizes, Universo não quero ficar doente...ele escuta e o teu corpo também: Eu quero ficar doente.

Quando pedes, Deus não quero ficar sozinha...Deus escuta, ela quer ficar sozinha, assim seja!

Quando rezas, Deus faz com que não falte dinheiro na minha carteira. já imaginas o que acontece, verdade? Vem uma despesa extra e lá se vai a nota da tua carteira. Bingo! Resultado atingido!

Bom, mas voltando ao tema que hoje escolhi falar contigo.

O hábito faz o monge.

Como seria a nossa vida se nos questionássemos internamente, sem aceitarmos tudo o que nos é dito, evitando sermos ainda mais condicionados? E deixássemos de viver em modo piloto automático?

Será que a outra versão deste ditado faz sentido?

Fui ensinada que o hábito que o monge veste, não faz dele um melhor, ou pior, monge, Não importa o que veste, mas sim o que ele é. Um monge. E ainda que o monge tire o hábito, não deixa de ser um monge. A aparência não é importante.

Pois muito bem!

Vou dar-te o meu interessante ponto de vista. Talvez possa contribuir para que tu decidas vestir algo diferente na tua vida.

Sabes, sou muito mental e costumo ter muitas conversas comigo própria. Cada vez mais monitorizo a qualidade dos meus pensamentos e os meus diálogos internos. Até porque sei que os meus pensamentos criam a minha realidade. Não sozinhos, mas têm um grande contributo. Eles espelham as minhas crenças conscientes. Bom, também existem as crenças inconscientes e essas então é que criam a valer a minha realidade, mas falarei sobre isso noutra altura.

Voltando ao monge, noutro dia, dei por mim, o meu mental a pensar nessa frase e o meu corpo a sorrir. Veio aquela emoção, traquina, tão bom poder pensar diferente, ter este tipo de diálogo interno comigo própria e de tomadas de consciência. Assim vou me dando conta que estou a desprogramar crenças e a expandir-me. A pensar fora da caixa. Então o meu mental continuou a falar. Vou dar um outro enquadramento nesta frase para me divertir um pouco. Como ando a ler bastante sobre os princípios da física quântica, aproveito para me divertir aplicando estes conceitos a esta questão da veste, virando-a do avesso.

Tenho lido que o cérebro é aquela parte dentro do nosso crânio, mas a mente, essa extrapola esse órgão e está em todo o nosso corpo e tem acesso ao passado, presente e futuro. Isto deve-se ao facto de ser energia, energia mental . - Aliás, tudo é energia! Nós somos energia. O nosso corpo é energia. - Assim à mente é atribuída a designação de corpo mental para melhor termos a perceção da sua importância e de percebermos que de verdade está a influenciar todo o nosso corpo e toda a nossa vida. Daí que facilmente se compreende que a qualidade dos nossos pensamentos vão influenciar o nosso corpo, a saúde dos órgãos, a nossa aparência, a nossa postura na vida, a nossa graciosidade, beleza, pele, ruguinhas, tudo, tudo.

No entanto, não basta só mudar os pensamentos de negativos para positivos para mudar o estado do nosso corpo e da nossa vida. Já isso tem muito que se lhe diga! Mas é preciso também alinhar o pensamento com o sentimento, com o cardíaco. Apercebermo-nos das emoções que surgem no nosso corpo e exercermos autocontrolo sobre elas. Ou seja, Decidir o que sentir, independentemente da emoção que surgir.  A isto chama-se Inteligência Emocional.

Quanto aos sentimentos, um dos sentimentos mais elevados e que traz transformações enormes nas nossas vida e no corpo, é a gratidão. Mas será que é suficiente? Basta apenas começar a agradecer tudo o que temos e o que não temos com essa emoção de gratidão e certeza de que já é assim?

Parece que não!

É fundamental trabalhar a AÇÃO! Se fazes sempre o mesmo, não mudas a tua realidade e quem tu és. E é aqui que entra o Hábito! Essas ações, sim essas mesmo que habitualmente, constantemente são feitas, que são uma espécie de roupagem do nosso Ser e corpo. Esses hábitos vão se impregnando no nosso corpo e na nossa vida e passam a nos definir, criam a tua pessoa . Sim, esses mesmos hábitos, que por norma adiamos começar: acordar mais cedo para agradecer a Deus o novo dia, ler um livro, fazer exercício físico, começar aquela programa alimentar, aquele curso, meditar...

Sendo assim, quem quer ser um monge precisa de vestir os hábitos de um monge, sim!

Para tal, veste a batina, acorda cedo, reza, pratica o silêncio, escuta a missa ou o seu credo. Um monge que quer ser um monge mais elevado precisa de vestir novos hábitos: acordar mais cedo, meditar, ler mais, ensinar a orar, levar a palavra de Deus aos outros.

Estes hábitos acrescidos vão permitir que o monge suba de patamar na sua ordem religiosa. E curioso a roupagem por norma também vai mudando, ou a cor da batina, ou os acessórios, talvez não só para diferenciar os patamares da evolução dentro da instituição, mas para ancorar nesse monge todos os hábitos adquiridos que lhe permitiram entrar para essa nova etapa, incentivando-o a continuar com o foco no caminho de crescimento e impedido que volte a ser quem já foi.

Então!!! Será que de verdade o hábito não faz o monge? O que te parece?

Então pergunto-te: E tu, que hábitos vais decidir agora implementar na tua vida, no teu dia-a-dia, incorporar no teu corpo e na tua vida, que vão vestir-te na pessoa que tu queres ser?

E curioso, repara bem nisto, para tu seres quem tu queres ser, precisas primeiro despir as tuas vestes antigas, os teus hábitos e até as tuas roupas. Despe-te de quem tu já não és. E mesmo, ainda, sem seres quem tu sonhas e decides vir a ser, é fundamental que comeces a adotar novos hábitos que te preparem a conceber essa nova pessoa.  Começa a vestir a roupa que tu usarias se já fosses essa pessoa, a ter comportamentos de quem já o é. Esta ação vai ser uma forte aliada na ressignificação das tuas antigas crenças limitantes e potenciadora da tua mudança. Estás a criar uma nova Auto-Imagem!

Veste novos hábitos, visualiza-te já sendo quem tu queres ser, compra novas roupas até, celebra-te nesse caminho, em plena gratidão, entusiasmo e determinação.

Ah! Mas antes de escolheres o que vais vestir, escolhe quem de verdade queres ser e que vida pretendes viver!

Lembra-te: Não te vás vestir de monge, querendo ser bailarina!