O Mar, trago-o comigo!
- Sílvia Gião
- 1 de mar. de 2020
- 1 min de leitura

O mar
Quando fecho os meus olhos vejo a profundeza do mar, negra, intensa, preenchida de infinitas possibilidades que se movimentam. Deixo-me ir, entrego-me de corpo e alma nesse movimento descendente rumo ao sol do interior da terra. Um movimento regenerador feito de paz e plena confiança. Sou suportada por um fluxo invisível e forte, que me acolhe e ampara. Rumo ao centro. Rumo ao mistério que chama por mim. No qual me fundo, rendida ao milagre da vida.
Quando abro os meus olhos vejo o mar, superficial, verde, azul, cinzento, branco, esvoaçante, ondulante, tranquilo e arrebatador. Sinto o perfume das algas envoltas em sal e deixo sair de mim uma lágrima feita de sonho. Sou grata. Paro e escuto o chamado alegre dos golfinhos que me convidam a mergulhar na luz do arco-íris. Abraço e respiro o ar rarefeito de mil gotículas de água que afagam minha pele. Meu coração vibra de amor a tudo o que É. Danço essa dança de amor à vida. Num vai e vem compassado de plena magia.
Quando me afasto do mar… Ah! Como se isso fosse possível! Trago-o sempre comigo! Meus olhos são a entrada secreta para a existência deste reino.







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Vou sair para ver o mar e me perder entre os labirintos que distanciam nossos passos. Vou te procurar entre as estrelas e os satélites distraídos, que confusos me ditaram caminhos errados e esparsos.
Caio Fernando Abreu